Baixinho, careca e com força incrível. Elementos não faltam para que o lateral Roberto Carlos fosse considerado ser de outro planeta.
O camisa 6, capitão do Corinthians na ausência do zagueiro William, sempre teve como marca registrada as bombas de falta com a perna esquerda. Uma delas virou objeto de estudo de físicos franceses, impressionados até hoje com o golaço de Roberto no empate por 1 a 1 entre Brasil e França, pelo Torneio da França, em 1997.
Segundo a pesquisa, publicada na revista “New Journal of Physics”, o chute, que atingiu a velocidade de 103,5 km/h em uma distância de 33,7 metros, diminuiu os efeitos da gravidade (relembre o gol ao lado). Incompreensível até para o próprio lateral...
– Até hoje me perguntam e não sei explicar. Acho que é normal fazer aquela curva, se bater forte e de um jeito certo – disse, ao LANCENET! .
Reveja o gol antológico de Roberto Carlos contra a França pela Seleção
Para os físicos, o chute de Roberto Carlos, um dos gols mais incríveis da História do futebol, poderia ser repetido. Isto porque a trajetória natural da bola é em formato espiral.
– Fiquei treinando falta por muito tempo na minha carreira, pegando o jeito de bater na bola – lembra.
Aos 37 anos, o jogador tem condição física invejável. Só não participa dos jogos quando está suspenso. Até por isso, é o grande símbolo do Corinthians na disputa pelo título brasileiro. Em 18 partidas com a camisa do clube no Pacaembu, ele venceu todas. No Brasileirão, são nove vitórias em nove jogos (100% de aproveitamento). E Roberto espera manter esse retrospecto no próximo sábado, em duelo contra o Goiás, se possível com seu cartão de visitas.
– Logo, logo, eu bato outra falta e sai mais um gol no Pacaembu. Quem sabe no sábado (risos) – espera o lateral, que disputou 48 jogos e marcou quatro gols.
Apenas um deles foi de falta, no clássico contra o São Paulo, pelo Paulistão. Outros dois (contra Santo André e Rio Claro) foram duas bombas no ângulo. Apenas contra o Internacional, pelo Nacional, ele marcou de pênalti.
Bate-Bola - Roberto Carlos - Exclusivo ao LANCENET!
‘Eu aprendi muito vendo Branco, Éder Aleixo...’
LANCENET!: O que achou sobre o estudo de físicos na França sobre o seu gol de cobrança de falta, em 1997?
ROBERTO CARLOS: Não cheguei ainda a ver esse estudo. As pessoas me perguntam até hoje sobre aquele gol e eu ainda não sei explicar (risos). Acho que aquela curva foi pela distância, se você conseguir bater forte e do jeito certo, como eu bati, normal que ela faça curva.
LNET!: Em quem você se inspirou quando começou a cobrar faltas? Há algum método específico?
RC: Eu aprendi muito com os jogadores que eu costumava assistir, Branco, Éder Aleixo... Fiquei treinando falta por muito tempo na minha carreira, pegando o jeito de bater na bola. Como as bolas são bem leves, nem é preciso colocar muita força para que ela faça curva. A bola raramente sai reto.
LNET!: Qual foi a sensação durante todos os festejos do Centenário, o apoio de milhares de torcedores.
RC: Foi uma festa bonita, não é só para os jogadores, é para toda uma nação. Todos participaram e se emocionaram. O Brasil inteiro falou sobre essa festa. Tem o estádio que vai sair, a torcida vai aproveitar. O Andrés é o maior responsável por tudo isso que está acontecendo. O Corinthians vai pagando suas dívidas, hoje clube grande sempre tem dívida. E o Corinthians virou exemplo de estrutura, de organização.
LNET!: Qual a importância desse apoio para o time no Brasileirão?
RC: O que Andrés está fazendo é que o torcedor participe mais com o time, que as distâncias sejam diminuídas. No momento ruim, a torcida vai estar do nosso lado. Esse bom relacionamento do clube com a torcida só ajuda.
Com a palavra - Éder Aleixo
Ex-lateral da Seleção, ao LNET!
'Ele tinha qualidade desde muito cedo'
Conheci Roberto quando cheguei ao União São João em 1991, já estava em fim de carreira. Ele mostrava muita qualidade desde muito cedo, sempre teve essa facilidade de bater na bola, muita força, também gostava de treinar muito.
Minha característica sempre foi essa, de bater forte na bola e treinar muito. Admiro muito o Roberto e acho que ele pode ter tirado proveito dessa convivência, de ter visto os jogos. Espero que ele continue com essa característica.
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