Hombridade, em uma de suas definições, indica nobreza de caráter, dignidade. Ou ainda desejo de igualar-se a alguém que lhe é superior.
Não, o Palmeiras, embora líder do Campeonato Paulista, não tem time superior ao Corinthians.
O Corinthians de quarta-feira, achincalhado e agredido por vândalos travestidos de torcedores, tinha de buscar o Corinthians da maior parte do ano passado, quando disputou passo a passo o título brasileiro com o Fluminense e o Cruzeiro.
Mas como conseguir isso em fevereiro, depois do baque de quarta-feira, em Ibagué (COL), e com o ritmo e a forma física de apenas algumas semanas de treinos e jogos?
Com a dignidade, com a hombridade. A vitória do Corinthians, como visitante na sua casa (é estádio municipal, mas é mais alvinegro do que qualquer outra cor), com o perdão do clichê, foi conquistada com a alma.
De Julio Cesar, intocado pelos protestos, a Edno, que substituiu Ronaldo, o maior alvo dos revoltados.
O Corinthians de ontem não teve o futebol de 2010, mas fez sobrar a luta que faltou na reta final do Brasileirão, contra os rebaixados Vitória e Goiás, e contra o bom, mas limitado Tolima, pela Libertadores.
O 1 a 0 não trará de volta o que se perdeu na Colômbia nem apagará da memória a reação de quem vive apenas por um título sul-americano.
Mas indica a postura que os alvinegros devem ter – dentro e fora de campo – até a última rodada do BR-11. Porque por muito tempo ainda, alguém há de lembrar que o menosprezo ao Tolima, antes do primeiro jogo, foi um dos ingredientes principais para a derrocada mais humilhante do Timão na Liberta.
Menosprezo não cabe em quem tem hombridade – a hombridade que o Corinthians teve ontem contra seu maior rival.
E menos São Paulo... Bobalhão (ou bobo) não chega a ser uma ofensa. Carpegiani foi até educado ao ficar irado com Dagoberto. Com o assunto já resolvido (ou ainda não), a semana da estreia de Rivaldo teve um desfecho horrível, como definiu o goleiro e capitão Rogério Ceni, após a derrota para o até então penúltimo colocado, o Botafogo.
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