Na chegada, pedidos de desculpas pelo atraso de 2 horas e muitos sorrisos. Com uma proteção no braço direito por conta de uma leve torção no pulso, Thiago Pereira foi homenageado neste sábado pelo Corinthians pela conquista da Copa do Mundo de natação. Apesar da chuva, contou com a presença de alguns torcedores e queima de fogos para ganhar uma placa comemorativa na piscina do clube.
Eu estou muito feliz com a homenagem. Não tem nem um ano que eu estou aqui e já recebi um carinho impressionante. Todos sabem que eu nunca fui tão fã de futebol, só acompanhava o Brasil na Copa do Mundo. Para falar a verdade este foi o primeiro ano que eu acompanhei o Campeonato Brasileiro. Depois da minha apresentação no Pacaembu, pode ter certeza que o Corinthians ganhou mais um torcedor - disse o nadador, que chegou a cantar parte do hino do clube durante a homenagem e lamentou o ano sem títulos no centenário.
De longe, Thiago tem acompanhado o Mundial em piscina curta, em Dubai. O nadador explicou que preferiu ficar fora da disputa para focar sua preparação para o Mundial em piscina longa, em Xangai, em julho de 2011.
- Meu polimento foi para a Copa do Mundo. Se eu fosse para Dubai, ia embolar. Não queria só disputar, queria ir para ganhar. Conversei com o Coaracy (Nunes, presidente da CBDA), expliquei tudo para ele. E eu já estive lá, venci o Mundial (em Indianapolis, 2004). Ele aceitou tranquilo. Se eu fosse, ficaria um bom tempo sem treinar a parte física, e eu precisava retomar isso – disse o nadador, que se machucou durante treinamento nos EUA: "Não é nada sério, em uma semana tiro a proteção", explicou.
Thiago, que ainda não nadou pelo clube, já que havia disputado competições pelo Minas no início do ano, afirmou se sentir cada vez mais em casa no Corinthians, onde chegou em abril. O nadador, no entanto, descartou morar novamente no país – ele treina no Trojan Swin Club, em Los Angeles (EUA), com o técnico David Salo. A razão, segundo ele, seria a mentalidade americana.
- Hoje, o Brasil tem uma grande estrutura, o Corinthians tem uma grande estrutura. Então me perguntam por que eu não volto. Vão me ciriticar, mas, no Brasil, muitos treinam para ir às Olimpíadas. Nos EUA, todos treinam para ganhar. É diferente, e isso motiva. Eu passei duas Olimpíadas morando no Brasil e queria tentar morar lá. Não é garantido ganhar a medalha, masnão queria ter o peso de não ter tentado de tudo. Estou cansado de ficar em quarto lugar – brincou.
Para o nadador, a mentalidade brasileira só vai começar a mudar após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
- Eu sempre digo que o esporte no Brasil vai ser dividido entre antes e depois de 2016. Até lá, é impossível mudar a mentalidade. Ninguém ainda tem a noção da grandeza das Olimpíadas. Em 2016, as crianças vão ver o que é, vão se animar – apostou.
No primeiro ano sem os supermaiôs, Thiago diz preferir assim. Ele, no entanto, acredita que em breve a tecnologia vai voltar às piscinas.
- Eu sempre jogo conforme as regras. Não tenho poder sobre a Fina. Eu prefiro sem a roupa, acho que ele ajuda alguns mais do que os outros. O Alain Bernard, por exemplo, ainda não ganhou nada sem o supermaiô. Isso prova que era o que fazia a diferença. Mas ainda acho que a roupa vai voltar – disse.
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