segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Filha de Mano sabe convocação antes e tira dúvidas com o pai após divulgação!!!

assessoria de imprensa e imagem do atual técnico da seleção brasileira. Assim, conhece as convocações com certa antecedência e tira dúvidas com o pai após a divulgação oficial dos nomes.

"É normal eu saber (a lista de convocados) alguns minutos antes", explicou Camilla à GE.Net durante o Footecon, fórum organizado pelo técnico Carlos Alberto Parreira no Rio de Janeiro na semana passada. "Às vezes, eu pergunto por que ele chamou fulano e não sicrano, mas não é uma cobrança", pontua a jovem. No bate-papo com a reportagem no Hotel Copacabana Palace, a filha do treinador da seleção brasileira evitou chamar Mano Menezes, seu principal cliente, de "pai".

Formada em jornalismo na PUC-RS e com mestrado em Jornalismo Internacional na City University-ING, ela já passou por gigantes da comunicação como CNN e Deutsche Welle. De volta ao Brasil, Camilla emprega a experiência adquirida no exterior para cuidar da imagem do técnico encarregado da preparação para a Copa do Mundo de 2014. No Footecon, ela mediou a entrevista concedida pelo pai. Antes do início, empunhou o microfone para avisar que seriam 15 minutos de conversa e ao final justificou que o treinador precisava acompanhar uma palestra.

Vindo de uma passagem bem-sucedida pelo Corinthians, Mano Menezes assumiu a seleção brasileira como sucessor do contestado e turrão Dunga, eliminado nas quartas de final da Copa de 2010. Após vitórias contra Estados Unidos, Irã e Ucrânia, o técnico encerrou seu primeiro semestre no comando do time nacional com uma derrota diante da rival Argentina. Ainda assim, mantém uma imagem imaculada diante da imprensa e dos torcedores, em parte graças ao trabalho desenvolvido pela filha.

GE.Net - Além de acompanhar seu pai aqui no Footecon, você assistiu a algumas palestras, mesmo depois que ele foi embora. Em que nível você gosta e entende de futebol?
Camilla -
No início, era apenas em nível familiar, mas agora tem a ver com o trabalho também. Eu vivo futebol desde criança, com o futebol de várzea. Minha paixão por jornalismo começou com o futebol, porque meu pai ouvia muito rádio no interior do Rio Grande do Sul. Então, para mim a ideia de jornalismo é muito ligada à ideia de futebol. Acho que tudo que se fala e tudo que se discute com os ícones e referências é importante, sempre tem alguma coisa para tirar disso. Em um evento como o Footecon, você pode aprender muita coisa.

GE.Net - Você costuma conversar sobre futebol com o seu pai? Vocês discutem a rodada do final de semana, falam sobre as convocações dele, sobre os jogadores?
Camilla -
A gente costuma conversar sobre a rodada, a gente assiste junto. Ele fala de algum lance, comenta alguma coisa que achou interessante e eu faço perguntas. Quando você tem alguém que é especialista, deve aprender com ele e não querer saber mais do que ele. Eu brinco que não tenho muita opinião. Em casa, a gente brinca e discute. Sobre convocação, ele não comenta comigo previamente, mas é normal eu saber alguns minutos antes, porque tenho acesso às pessoas que trabalham na CBF, mas não passa disso. Depois, a gente fala e às vezes eu pergunto por que foi fulano e não sicrano. Não é uma cobrança, mas sim uma dúvida genuína. Acho interessante saber, até para que eu entenda como é o processo de trabalho dele, o que ele pensa e por que ele formou determinado grupo.

Djalma Vassão/Gazeta Press
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GE.Net - Logo depois de assumir, o Mano deu uma série de entrevistas exclusivas para meios de comunicação de diferentes regiões do País. Foi uma estratégia de se apresentar nacionalmente e tentar mostrar uma postura democrática?
Camilla -
Foi uma ideia de consolidar um trabalho. Ele já tinha um trabalho bem próximo com a imprensa no Corinthians e no Grêmio. Sempre tivemos uma relação muito boa, mas existia sim uma preocupação da imprensa quando o Mano assumiu de saber qual seria a postura do novo técnico da seleção. Nesse sentido, a gente ter visitado a maioria das casas e ter conversado com todo mundo foi importante para que pudéssemos estabelecer um novo trabalho. Desta forma, também falamos com todos os torcedores. Esse era o ponto essencial para a gente começar a planejar esses quatro anos e para estabelecer essa posição dele como novo técnico da seleção.

GE.Net - Segundo o Parreira, o técnico atual da seleção é sempre a antítese do anterior: ele foi o anti-Lazaroni, o Dunga foi o anti-Parreira e o Mano é o anti-Dunga. Nesse contexto, como explorar a situação e jogar com a opinião pública de uma forma positiva, já que o Mano sucedeu um técnico carrancudo e contestado pela imprensa e pela torcida depois da Copa?
Camilla -
Eu acho que evitar comparações é quase inevitável, mas não trabalhar em cima delas é o principal. Tem que estabelecer o que fica do trabalho, resgatar as posturas positivas não apenas do técnico anterior, mas também dos treinadores anteriores. Tem que pegar o que foi bom, o que serviu para a seleção e usar essas referências no seu trabalho. A partir disso, você pode criar o seu estilo, trazer as suas ideias e no conjunto disso desenvolver uma linha de trabalho própria para a seleção.

GE.Net - Cinco meses depois de assumir a seleção brasileira, como você avalia a imagem do Mano na mídia e diante dos torcedores?
Camilla -
Ainda é um pouco cedo para querer fazer uma avaliação de toda a relação dele tanto com a imprensa quanto com o torcedor. Mas acho que o fato de trabalharmos tudo com muita tranquilidade e clareza é uma vantagem. A credibilidade que o Mano sempre teve é um ponto a favor dele para que essa relação seja, no mínimo, mais tranquila no começo. Acho que os torcedores também entendem que é um começo de trabalho e que precisamos estabelecer novos pontos. Com base nesses novos pontos, esse novo trabalho será realizado para que tenhamos sucesso em 2014, o que é um sonho do torcedor brasileiro.

GE.Net - Antes da Copa do Mundo de 2014, vocês pretendem fazer alguma preparação especifica, como media training ou estudo de idiomas, por exemplo?
Camilla -
O Mano já estuda inglês, a gente já trabalha com ele. O fato de eu ser jornalista e ter me especializado em mídia internacional também facilita, porque faço um trabalho não oficial, não precisa ter aquela característica de um media training mesmo. Agora, acho que o principal é o trabalho com a seleção, com as categorias de base e com a comissão técnica. Depois, como já temos uma relação muito boa, vamos começar a estabelecer novas metas e com base nisso desenvolver um trabalho de mídia e comunicação, assim como já fizemos no Corinthians, para dar continuidade ao trabalho dele na seleção brasileira.

GE.Net - Desde que assumiu a seleção brasileira, seu pai tem feito algumas propagandas de diferentes produtos. Você por acaso já recebeu alguma proposta do mercado publicitário?
Camilla -
Não, não. Isso nunca nem me ocorreu. Ele foi chamado e isso já tem gerado bastante trabalho. Cada coisa tem seu tempo e nós avaliamos com todo cuidado se é interessante ou não. Esse é o tipo de coisa que a gente só pensa quando a proposta vem.

GE.Net - Às vezes, dá impressão que seu pai tem a resposta para determinadas perguntas na ponta da língua, parece que ele já vem preparado para responder algumas coisas, como quando invadiram a conta dele no Twitter e colocaram a montagem com o palhaço Bozo. De bate pronto, ele falou que os dois trabalhavam para alegrar o povo e arrancou risos da plateia. Antes das entrevistas coletivas, vocês conversam e se preparam de alguma maneira?
Camilla -
Eu confio muito na avaliação dele. Quando tem um fato como esse do Bozo, que realmente foi muito curioso, eu explico o que aconteceu, que horas aconteceu e mostro as informações. Ele olha e eu explico o que vamos fazer para contornar. Nesse caso, por exemplo, respondemos no Twitter que a postagem não tinha sido dele. A partir disso, ele tem a própria opinião e a única orientação que eu dou é que certamente as pessoas vão perguntar. Às vezes, eu até fico bem surpresa e feliz, porque gosto muito das reações dele. As pessoas acham que é muita orientação minha, mas eu dou tanta risada quanto os repórteres e os torcedores com os comentários dele.

GE.Net - Com mais de 1,7 milhão de seguidores, seu pai tem uma das contas no Twitter mais acompanhadas no Brasil. Como vocês administram essa ferramenta? Ambos postam?
Camilla -
Sou eu que escrevo, mas sempre digo que a gente faz a quatro mãos, porque sempre nos falamos por telefone, estamos sempre em contato para decidirmos o que postar e quando postar. Ele me diz o que quer falar, às vezes na integra e às vezes só a informação. Como já trabalhamos há muito tempo nisso, eu consigo postar da maneira dele. Quando estamos juntos, mostro a reação das pessoas, ele olha o que as pessoas estão escrevendo e podemos aproveitar melhor a ferramenta.

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