Depois de ser anunciado pela CBF como novo diretor de Seleções, Andrés Sanches concedeu uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira à tarde, no CT Joaquim Grava. Ele se irritou com os comentários de que sua ligação com a CBF poderiam beneficiar o Corinthians nesta reta final de Campeonato Brasileiro.
– Isso é ridículo! Eu mesmo, em nome do Corinthians, já assumi que fomos beneficiados e prejudicados. É só pegar os sete últimos jogos do Brasileiro para ver o que aconteceu. Quem ganha são os jogadores em campo – disse o presidente do Timão.
– Se a gente deixa para anunciar depois, iam falar que já sabíamos e não quisemos anunciar. Sou presidente do Corinthians. Vou me dedicar 24h até o fim do meu mandato. Se o Corinthians tiver isso ou aquilo, não será por participação minha. Quem convoca é o treinador, não vão achar que algumas coisas vão ser para o Corinthians por minha causa – emendou Andrés.
O presidente do Corinthians disse que ficou surpreso com o convite de Ricardo Teixeira e afirmou que pretende fazer algumas mudanças assim que assumir definitivamente a função, e não descartou, no futuro, assumir a presidência da entidade que controla o futebol brasileiro.
– O presidente da CBF me ligou ontem (quinta-feira) pedindo para estar lá hoje. Não sabia do que se tratava, achei que era uma visita do pessoal da Fifa ao estádio (de Itaquera). Quando cheguei, fui surpreendido. Não tinha como recusar o convite de um amigo e virar as costas para a Seleção. Os próximos anos são importantíssimos e espero ajudar da melhor maneira possível – afirmou.
O dirigente disse que ainda não conheceu detalhes do que encontrará pela frente na CBF, mas reconheceu que é possível fazer alguns ajustes como o novo chefe das seleções, incluindo as masculinas e femininas. A previsão é de que ele assuma a função apenas em fevereiro.
– Quando chega uma pessoa nova em uma outra função, mudanças ocorrem com o tempo. Vou tomar conhecimento de tudo. Vou mudar o que eu acho que tenha de ser mudado, para o bem da Seleção. Se acham necessária minha presença, fico lisonjeado. Não posso virar as costas para a Seleção Brasileira – disse.
Ao contrário do que fez em outras oportunidades, Sanches não descartou concorrer à presidência da CBF a partir de 2015. O mandatário corintiano é o principal aliado de Ricardo Teixeira nos últimos anos e desponta como o grande nome para substituí-lo na função depois da Copa do Mundo de 2014.
– Não estava trabalhando nem para isso (ser diretor de Seleções) e muito menos para ser presidente. Não tive como falar não e aceitei. O presidente tem mandato até 2015. Vamos aguardar – disse, deixando no ar a possibilidade de assumir a CBF no futuro.
Sanches acredita que os quase três anos de convivência contribuirão para a convivência com o técnico Mano Menezes, até mesmo para ele compreender o comportamento, às vezes, rude do dirigente.
– O Mano é o treinador da Seleção e vai ser cobrado como todos que por lá passaram. O mesmo que eu cobrava dele aqui vou exigir lá. Ele já sabe como é meu jeito de ser e de falar – completou Sanches, que se mudará para o Rio de Janeiro no início de 2012.
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