A Fiat achou uma boa idéia dar uma injeção de ânimo no Palio ELX. Para isso, a montadora fez um trabalho de musculação no motor 1.0 do modelo, subindo sua potência de 65/66 cv (gasolina/álcool) para 73/75 cv, um crescimento considerável para o líder de vendas da marca. Autoesporte acelerou o hatch para avaliar o resultado da melhoria.
Apesar da mudança de motorização, o Palio mantém a mesma cara que ganhou no ano passado, quando recebeu sua mais recente reestilização, ficando com visual mais próximo ao do sedã Siena. Portanto, não espere grandes inovações visuais ou soluções modernas. A maioria dos detalhes da versão 2010 do modelo são aquelas que o acompanham desde seus primórdios, em meados dos anos 90, preferindo manter seu foco no baixo custo.
O Palio ELX conta apenas com o básico quando se trata de itens de série: apoios de cabeça com regulagem de altura em todos os bancos, alertas de limite de velocidade e de manutenção, entre outros. Nesta configuração, com duas portas, o hatch custa R$ 29.540. Mas a lista de opcionais do modelo é bem interessante. É possível escolher airbags dianteiros, volante com revestimento em couro, rádio CD player com leitor de MP3 e retrovisores elétricos, entre outros, como vidros e travas elétricas, o que pode elevar o preço do modelo até R$ 39.274.
Mas, voltando ao motor... O ganho de potência teve o seu porém. Os 9 cv extras vieram acompanhados de uma elevação significativa na rotação de trabalho. Agora ele atua com uma faixa máxima de 6.250 rpm, ou seja, é preciso pisar fundo no pedal direito até que o carro responda com todo o vigor, um efeito nada desejável em um veículo de baixo custo voltado para uso principalmente urbano. Segundo a Fiat, o Palio ELX 1.0 acelera de 0 a 100 km/h em 15,7 segundos e atinge 157 km/h, marcas praticamente iguais às da versão com motor mais fraco (15,6 s e 155 km/h, respectivamente).
Esse “porém” não caiu bem no Palio, que parece dormir muito nas saídas, embora tenha ficado mais a gradável de dirigir acima dos 70 km/h, com menos barulho de motor invadindo a cabine. A suspensão do hatch também não está devidamente acertada, já que o carro joga muito para os lados na curvas.
O veterano da Fiat merecia também um tratamento melhor em seu acabamento interior. A versão avaliada por Autoesporte tinha diferenças de distâncias nos encaixes do porta-luvas e do console central, além de contar com uma família de “grilos” alojada nos mais diversos pontos do carro (o mais animado ficava justamente acima do compartimento do CD player), que contava com pouco mais de 7 mil quilômetros rodados.
O Palio continua sendo uma boa opção de entrada, e a nova motorização garante um pouco mais de fôlego para o modelo, apesar de sacrificar um pouco de seu desempenho na cidade (um de seus pontos fortes no passado). O que ele precisa, mesmo, é de uma renovação completa, seguindo o caminho de VW Gol e Ford Ka, o que já está nos planos da Fiat para 2010.
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