domingo, 13 de fevereiro de 2011

O louco deixa o bando: a relação de amor entre Ronaldo e Timão!!!

festa da apresentação de Ronaldo no Corinthians (Foto: Ag. Estado)Ronaldo em sua apresentação de gala no Parque São Jorge, em dezembro de 2008.
Agora eu sou mais um louco no bando”. Ronaldo não poderia ter escolhido frase melhor para usar em sua apresentação no Corinthians. Ali, no dia 12 de dezembro de 2008, o Fenômeno adotou o Timão na mesma intensidade que a Fiel o adotou. E durante os dois anos e dois meses em que vestiu a camisa 9 de um dos clubes mais populares do Brasil, o atacante viveu mais felicidades do que tristezas.

É verdade que o final não foi o esperado pelos corintianos. Nem por ele. Mas o fato é que o Timão levará para o resto de sua história o status de palco da despedida de um dos maiores jogadores que o futebol já viu. A relação entre os dois, aliás, começou como piada. Poucos acreditaram quando o namoro começou. Mas na manhã de 9 de dezembro de 2008, o site do Corinthians avisou: “2009 Fenomenal”.

A manchete do Alvinegro foi premonitória. A temporada de 2009 foi realmente fenomenal para o Corinthians. Recém-promovido à elite do futebol brasileiro depois de um calvário na Série B, o clube conquistou o Campeonato Paulista de maneira invicta e também a Copa do Brasil, assegurando uma vaga na Libertadores da América. E ambas tendo Ronaldo, sua principal estrela, como protagonista.

O Fenômeno, para o bem ou para o mal, é sempre o ator principal por onde passa. Só em sua passagem pelo Corinthians, o início foi de vilão. No final de fevereiro de 2009, o técnico Mano Menezes resolveu levar Ronaldo para sua primeira viagem. No caso, Presidente Prudente. Mas em um dia de folga para o elenco, ele se reapresentou no hotel às 5h, quando o horário era 22h.

Ronaldo havia passado a noite em uma casa noturna da cidade do interior paulista. Para abafar o caso, comissão técnica e diretoria do Timão decidiram anunciar a data da estreia do camisa 9. Seria no dia 4 de março de 2009, contra o Itumbiara, pela primeira fase da Copa do Brasil. E nesse dia, a pequena cidade do interior de Goiás parou. Por 27 minutos, ele esteve em campo. Mas a mobilização foi de final.

O craque começou na reserva, mas sua entrada em campo foi triunfal. Havia tantas pessoas no gramado do estádio Juscelino Kubitschek que ele mal conseguia andar. Até mesmo o momento do seu aquecimento foi um evento. Mas o melhor ficou guardado para o dia 8 de março, em Presidente Prudente. Era um clássico com o Palmeiras. E Ronaldo novamente entrou apenas no segundo tempo.

A partida estava complicada para o Timão, que perdia por 1 a 0. Mas já nos acréscimos, após escanteio da direita, Ronaldo subiu mais do que todos os zagueiros alviverdes e marcou de cabeça, que nem é a sua especialidade. O empate, no entanto, virou detalhes. O que marcou mesmo foi o feito do camisa 9, que na comemoração subiu no alambrado para comemorar com a torcida.

Até aí ele fez história: o alambrado cedeu, caiu no chão e virou ponto turístico da cidade paulista. Lá, há uma placa em que fiz “Alambrado Fenomenal”. Começava ali sua história de gols pelo Corinthians. Mas foi na final do Paulistão, contra o Santos, na Vila Belmiro, que o atacante chegou ao auge no Timão ao marcar dois golaços na vitória por 3 a 1. Pouco tempo depois, ele também conquistou a Copa do Brasil.

O primeiro semestre de 2009, sem dúvida, foi o único excepcional de Ronaldo no Corinthians. Depois disso, o atacante não foi tão decisivo. Apenas esporadicamente. Tudo começou a piorar quando ele fraturou a mão em julho de 2009, em um clássico com o Palmeiras. De lá para cá, ele conviveu constantemente com lesões e com problema de peso. Nunca mais foi o mesmo. Teve poucas sequências de jogos e não apresentou a mesma mobilidade de antes. Mas iniciou 2010 se preparando para a Libertadores da América no ano do centenário.

Porém, a competição seria sua grande frustração no Corinthians. Depois de uma primeira fase impecável, o Timão encarou o Flamengo nas oitavas de final. E foi eliminado precocemente. Ronaldo, então, viu de perto a primeira crise no Timão. Moderada, é verdade, mas uma crise. A torcida pediu a saída e Mano Menezes do cargo de técnico, mas a diretoria alvinegra resolveu renovar seu contrato.

Começava ali, então, uma caminhada pelo título brasileiro. Mas a maior parte dela sem Ronaldo. Com várias lesões musculares e também uma no púbis, o Fenômeno voltou a jogar no Brasileirão apenas na reta final, já sem Mano, sem Adilson Batista e com Tite. O atacante pouco fez pelo time e junto dos companheiros viveu a frustração de perder um título nacional que estava nas mãos do clube.

Durante esse processo, o Corinthians viveu um processo de crise mais intenso, com torcida invadindo o CT, cobrando os jogadores... Mas de certa forma, a vaga na Libertadores de 2011 amenizou o clima de pressão. Por ora. Até porque a turbulência neste ano começou cedo. Bem cedo. Por ter terminado o nacional em terceiro, o Timão teve de disputar a primeira fase da Libertadores. Eliminatória.

Estava diante do Corinthians, então, o Deportes Tolima, desconhecido time da Colômbia. Depois de um 0 a 0 no Pacaembu e de uma derrota por 2 a 0 em Ibagué, o Timão estava precocemente fora da Libertadores. Ronaldo foi o primeiro a se pronunciar depois da queda. E não sabia o que dizer. Estava confuso. Parecia prever que a maior crise depois do rebaixamento estava por vir.

E veio. Torcedores do Alvinegro pediram sua saída do time. Arremessaram pedras no ônibus do clube, quebraram carros de atletas e funcionários, confrontaram com a polícia... Cenas de horror que assustaram e indignaram Ronaldo. Sendo assim, cansado das dores, Ronaldo decidiu parar com 69 jogos e 35 gols pelo Timão. Parou com dois títulos e três frustrações, mas mesmo assim como ídolo da Fiel.



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